A Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) completa cinco anos de existência – celebrando meio decênio desde junho de 2020. A Conferência é fruto da caminhada assumida a partir doSínodo para a Amazônia celebrado em 2019. Desde então, a CEAMA tem se consolidado como organismo eclesial canonicamente reconhecido em 9 de outubro de 2021 pelo Papa Francisco.
Caminhos sinodais
Nascida do Documento Final do Sínodo (nº 115), a CEAMA foi criada para “promover a sinodalidade entre as Igrejas da região, ajudar a delinear o rosto amazônico da Igreja e encontrar novos caminhos para a missão evangelizadora”. Ao longo desse percurso, a conferência tem impulsionado diversas iniciativas como o Rito Amazônico, a ministerialidade, o Programa Universitário Amazônico (PUAM) e a Rede de Educação Intercultural Bilíngue (REIBA).
CEAMA e REPAM
A relação entre a REPAM e a CEAMA é complementar: em certo sentido, a REPAM deu origem à CEAMA, quando ajudou a preparar o Sínodo para a Amazônia. Suas articulações conjuntas, como em Puerto Maldonado (fevereiro de 2024), trataram da justiça socioambiental, direitos humanos e estratégias para incidência política em grandes eventos como FOSPA e COP30.
Na esfera internacional, as duas entidades juntas apresentaram contribuições específicas para o Sínodo sobre a Sinodalidade (2021–2024), ressaltando as experiências amazônicas em evangelização integral, ecologia, ministerialidade, protagonismo das mulheres e povos indígenas.
Em março de 2024, CEAMA e REPAM publicaram a “Carta‑Manifesto das Mulheres da Amazônia”, denunciando desafios como machismo, clericalismo e violência de gênero, e afirmando seu papel pastoral comum.
Neste seu quinto aniversário, Dom Rafael Cob Garcia, bispo de Puyo (Equador) e Presidente da REPAM felicita a CEAMA:
“Celebremos o aniversário de 5 anos de nascimento da CEAMA e sua caminhada fraterna em nossa Pan-amazônia. Que Deus abençoe os seus passos para continuar dando vida em plenitude a nossos povos! Que o Espírito Santo continue iluminando com seus dons o trabalho da CEAMA para uma eficácia pastoral de uma Igreja Panamazônica. que a riqueza da inculturação e da interculturalidade em nossa Amazônia nos ensine a encarnar-nos nas realidades, a exemplo de Jesus, remando juntos rumo ao mar profundo”.
Novo impulso
Em 3 de junho de 2024, os presidentes e secretariado das duas entidades foram recebidos em audiência histórica pelo Papa Francisco, que os encorajou a continuar cuidando da “casa comum”, das culturas e das pessoas da Amazônia. O cardeal Pedro Barreto destacou a CEAMA como “fruto maduro” do Sínodo, e Francisco afirmou que a experiência amazônica sinodal pode ser “modelo para a Igreja universal”.
Olhando para o futuro
Celebrando os seus cinco anos, a CEAMA continua consolidando estruturas regionais para cumprir a missão definida pelo Sínodo e pela Exortação Apostólica Querida Amazônia. A REPAM, pela sua vez, renova sua articulação nas bases comunitárias e sua presença em instâncias políticas globais. Juntas, as duas entidades caminham unidas em prol de uma Igreja com rosto amazônico, que defende a vida, a interculturalidade, a justiça social e ambiental, com atenção especial à voz das mulheres, juventudes, povos indígenas e comunidades tradicionais.