De 4 a 28 de agosto em Santa Cruz, Bolívia acontece a IV Escola de Direitos Humanos da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM). Este cenário visa fortalecer o trabalho em relação à situação dos direitos do território e das comunidades que habitam a Pan-Amazônia.
Por: Equipe de Comunicação da REPAM
A REPAM se prepara para realizar a IV Escola de Direitos Humanos, um espaço formativo e de articulação que tem marcado profundamente o compromisso da Igreja e das organizações sociais na defesa da vida e dos territórios amazônicos. Este ano, a escola acontecerá na Bolívia, reunindo defensoras e defensores dos direitos humanos de diversos países da Pan-Amazônia, com o apoio especial da Manos Unidas, que é uma organização não governamental espanhola da Igreja Católica.
Criada com o objetivo de fortalecer capacidades, aprofundar análises e fomentar a incidência em defesa dos direitos dos povos amazônicos, a Escola de Direitos Humanos da REPAM já formou centenas de lideranças comunitárias, agentes pastorais, representantes de organizações indígenas e membros da sociedade civil desde sua primeira edição.
Nas edições anteriores realizadas no Equador, Brasil e Colômbia a escola se consolidou como um espaço plural, intercultural e ecumênico. Por meio de metodologias participativas, tem promovido reflexões críticas sobre temas como a criminalização de defensores e defensoras de direitos, os impactos de grandes projetos nos territórios, o papel das mulheres na resistência e a ecologia integral proposta pela Laudato Si’.
A edição deste ano promete ser ainda mais significativa. Em um contexto de crescente violência contra os povos da Amazônia e seus defensores, a IV Escola buscará aprofundar o debate sobre justiça socioambiental e fortalecer redes de proteção e solidariedade em toda a região. A escolha da Bolívia como sede carrega um simbolismo especial, reconhecendo o protagonismo das comunidades bolivianas na luta por direitos e preservação da Mãe Terra.
Escola
A Escola de Promoção, Defesa e Exigibilidade dos Direitos Humanos é uma iniciativa da REPAM que reúne líderes de povos indígenas e comunidades tradicionais da região Pan-Amazônica. Seu principal objetivo é fornecer ferramentas educacionais para ajudar a formalizar denúncias de violações de direitos humanos ocorridas no território amazônico.
Para participar desse espaço formativo, os participantes devem se comprometer a trabalhar juntos e com sua comunidade, replicando os conteúdos e documentando as situações. A REPAM garanti o acompanhamento por meio de suas instituições em cada país. Os selecionados recebem uma bolsa de estudos que cobre os custos de viagem, hospedagem, alimentação, ensino e materiais, bem como as viagens de campo e recreativas organizadas pela equipe de coordenação.
Formação
Como já foi mencionado, a edição da escola deste ano conta com o apoio da organização espanhola Manos Unidas, que tem um compromisso com a promoção da dignidade humana e da justiça global. Esse apoio potencializa ainda mais o alcance da iniciativa, reforçando os laços de solidariedade internacional e a visibilidade das causas amazônicas. O espaço será o ponto de encontro de 24 participantes, representantes de países da Pan-Amazônia (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela), que compartilharão suas experiências, processos e lutas ao longo das próximas semanas.
O encontro de diversas vozes da Amazônia tem como objetivo continuar tecendo juntos a esperança de um mundo mais justo, fraterno e sustentável. Os resultados desta edição da escola, assim como nas edições anteriores, serão refletidos no IV Relatório de Direitos Humanos que será apresentado pela REPAM; o documento fará parte dos meios de sustentação da rede e da Pan-Amazônia, na luta constante para salvaguardar a situação dos direitos no território.