Kukama-Tikuna-Magüta

Nossa atuação em comunicação

A tríplice fronteira Brasil–Colômbia–Peru é uma região habitada, tanto atualmente quanto ancestralmente, por populações indígenas originárias da Amazônia. As relações sociais e as dinâmicas que se manifestam no território geraram uma população com amplos aspectos culturais. No território, persistem diversos problemas ligados a questões ambientais e de saúde pública que, além de provocarem a violação de direitos fundamentais, também geram o êxodo de parte da população e a reduzida presença de jovens na região. O território da tríplice fronteira foi um espaço de mobilização de grupos indígenas que acabaram separados pela delimitação das fronteiras baseadas na soberania dos três países (Brasil, Colômbia e Peru).

Seguindo um processo comunicativo, os facilitadores, em conjunto com seis comunidades nativas e duas rádios comunitárias do território, dedicaram-se à tarefa de resgatar uma série de narrativas que permitem reviver a memória, as práticas e a leitura social que os povos Kukama e Tikuna (assentados na tríplice fronteira Brasil–Colômbia–Peru) têm feito, ancestralmente, sobre seu território. As histórias, a música, a dança e a cartografia oferecem ferramentas que permitem compreender, em um primeiro momento, a situação vivenciada por esses povos; assim, por meio da criação de peças audiovisuais, programas de rádio e do design de infográficos, serão encontradas alternativas de mudança que contribuam para preservar a Amazônia como um território comum para o planeta.

O território

A tríplice fronteira Brasil – Colômbia – Peru é uma região habitada, atual e ancestralmente, por populações indígenas próprias da região amazônica. As relações sociais e dinâmicas que se manifestam no território geraram uma população com amplos aspectos culturais. As pesquisas sociais realizadas na área têm apresentado conclusões interessantes sobre os laços de parentesco no território. Na região, persiste a falta de integração e colaboração em aspectos legais e jurídicos. A isso, somam-se uma série de problemáticas ligadas a questões ambientais e de saúde pública. O território da tríplice fronteira foi um espaço de mobilização de grupos indígenas que acabaram separados pela delimitação das fronteiras sustentadas na soberania dos três países (Brasil, Colômbia e Peru). Os povos Tikuna e Kukama são os mais numerosos e aqueles que historicamente se deslocaram por diferentes pontos do território devido ao período da borracha e às práticas econômicas que o sucederam. Atualmente, persistem na região diversas problemáticas que se somam ao deterioramento da saúde pública e à segregação territorial dos povos.

No território da tríplice fronteira, tem ocorrido uma depreciação da riqueza amazônica pela falta de fiscalização na extração dos recursos florestais e pela ausência de ordenamento no manejo de resíduos. A proliferação do narcotráfico tem gerado delinquência juvenil e outros tipos de violência física, que se traduzem em assassinatos, intimidações e extorsões. Também persistem o desemprego, a falta de garantias para o desenvolvimento econômico e a ausência de políticas públicas que assegurem o bom desenvolvimento da educação e da própria saúde. No norte do Peru, e especificamente na região de Loreto (zona de influência do Peru na tríplice fronteira), a economia baseia-se na exploração petrolífera, respaldada pela Petroperú, que tem gerado uma infinidade de consequências para a bacia do rio Amazonas devido aos vazamentos que ocorrem. A situação ambiental e social impacta diretamente mais de 85.000 quilômetros quadrados que compõem a segunda maior reserva indígena do Brasil, o Vale do Javari, que conta com cerca de 6.000 habitantes indígenas de seis povos distintos e é considerado um espaço de preservação importante para o país. Também não ficam atrás os povos indígenas do departamento do Amazonas, na Colômbia, que correspondem a 42% da população que ali habita.