Brasil: Acesso à rede de enfrentamento e aos mecanismos de proteção à violência contra as mulheres

Teve início na tarde desta quarta-feira, 3, Formação sobre Política de Proteção das Mulheres: acesso à rede de enfrentamento e aos mecanismos de proteção à violência contra as mulheres, em formato virtual. O objetivo da pauta foi de difundir entre as mulheres dos comitês, núcleos e grupos da REPAM-Brasil o acesso à rede de enfretamento e ao mecanismo de proteção contra violência. É tempo das mulheres amazônicas refletirem, empoderarem-se na resistência e luta em defesa de suas vidas e dos direitos que lhe são garantidos por lei e fortalecer as reflexões sobre a importância das conquistas e cidadania, proteção de seus corpos e territórios.  

 A Formação foi ministrada por Norma Miranda – Ouvidora Publica da Defensoria Pública do Estado do Pará e Ir Yolita Olivera -Missionária da Congregação Franciscana da Mãe do Divino Pastor que conduziu o projeto Psicossocial em Roraima junto as mulheres.  

O encontro discutiu a ampliação e visibilidade das políticas públicas existentes e viabilizadas pela rede de proteção do Estado ou por redes de autoproteção comunitária dos grupos de mulheres, comunidades e tantos outros, como também partilhou experiências de acolhimento às mulheres, destacando as ações, os processos e espaços de escutas e diálogo e, as diversas iniciativas com foco na proteção de mulheres vítimas de violação de direitos e de violência.  

Norma destacou bem a importância de escuta, de desconstruir quem reproduz essa violência na família, a proteção e encorajamento da mulher para denunciar, com um apoio, acolhimento, atendimento, a comunicação não violenta sem julgamento e soluções no financeiro, emocional e estrutural, da mulher, muitas mulheres aguentam a agressão pois apesar de tudo tem um teto e o alimento para seus filhos. É necessário trabalhar na reconstrução desse agressor, na ressocialização dele na sociedade, 1% dos homens que participam de programas e palestras de conscientização não retornam a cometer violência contra mulher.  

A REPAM-Brasil desde 2018 vem trabalhando em suas bases, através das Mulheres Cirandeiras, o desenvolvimento de espaços de acolhida e de escuta A Rede Eclesial Pan Amazônica acredita e disponibiliza seu serviço a vida a oportunizar espaços de acolhimento e diálogos em seus grupos locais e regionais para e com as mulheres amazônicas. Ao promover entre as mulheres a possibilidade de criar espaços em que são, podem ali partilhar e compartilhar suas dores, tristezas, alegrias e esperanças, num processo de resiliência e sororidade tecemos o fortalecimento e a coragem para enfrentar as situações de riscos, violações e os paradigmas impostas por uma sociedade muitas vezes formada e constituída pelo machismo, patriarcado e vamos rompendo e quebrando esses julgamentos, preconceito em relação as mulheres. Esses processos favorecem para que cada mulher possa participar, construir, aprender, desaprender, reaprender, ensinar e tecer esse caminho de liberdade a ela e a todas as mulheres que por séculos foram e são vítimas da injustiça e violações. E assim vão com suas mãos, corpos, almas, mentes e corações transformando a realidade, a sociedade e gestando mais vida, respeito e liberdade as futuras gerações.  

Esse trabalho de formação em políticas de proteção às mulheres são caminhos educativos sociotransformadores na vida das mulheres amazônicas, todavia sempre será tempo de luta e resistência, principalmente quando muitos estados da Amazônia, lideram o ranking de dados estatísticos de violência e feminicídio contra as mulheres. 

Fonte: REPAM Brasil