
No último dia 15 de novembro, na Zona Verde da COP30, representantes da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) acompanharam a apresentação do projeto Florestanía. A experiência faz parte da Comunidade de Aprendizagem estabelecida na região da Tríplice Fronteira Bolívia – Brasil – Peru e é acompanhada pelo núcleo Justiça Socioambiental e Bem Viver da REPAM, onde se promove a iniciativa da plataforma Saber REPAM.
Por: Equipe de Comunicação da REPAM
A experiência está localizada especificamente na cidade de Cobija, Pando, na Amazônia boliviana; seu nome é inspirado no termo cunhado pelo poeta brasileiro Antonio Alves: uma fusão entre floresta e cidadania. Foi o emblemático líder e defensor amazônico Chico Mendes quem se encarregou de promover o termo na constante luta em favor do território e de seus povos. Hoje, Florestanía se define como uma experiência que, na região da tríplice fronteira Bolívia – Brasil – Peru, trabalha pela regeneração da floresta e pela educação ambiental, tendo como objetivo claro encontrar a harmonia entre o ser humano e a floresta, sem deslocá-los de seu lugar.
A Zona Verde da COP30 tem sido o cenário em que diversas manifestações culturais, reflexões da academia e da sociedade civil, e atos simbólicos por parte dos defensores da Amazônia têm ocorrido paralelamente ao desenvolvimento de encontros diplomáticos entre nações. Este espaço tem sido qualificado como a COP da gente e promove-se que os resultados dessas reflexões ali geradas cheguem ao cenário de tomada de decisões protagonizado pelos governos. Por isso, para Florestanía é um grande passo marcar presença na COP30 e difundir a experiência construída ao longo de vários anos, que nos recorda a importância de manter um equilíbrio constante entre a própria selva e os seres que nela habitam e dela dependem.
Durante o desenvolvimento da apresentação sobre a experiência, estiveram presentes representantes da secretaria executiva da REPAM e da Equipe Itinerante (com presença na zona de fronteira entre Bolívia e Brasil). Ellen Ferreira, cofundadora da Florestanía e uma das representantes que esteve à frente da apresentação, afirmou: “no pavilhão Pará da COP30, as pessoas puderam falar sobre experiências de educação ambiental e o reflorestamento na zona fronteiriça, e é aqui que trazemos nossa experiência sobre o que vimos construindo na tríplice fronteira do Peru, Bolívia e Brasil… um grande agradecimento à REPAM por estar ali conosco, tecendo essa rede de saber na tríplice fronteira”. Por outro lado, Nicolás Gutiérrez, cofundador da experiência, expressou que “as pessoas estão muito felizes de estar aqui e de fazer parte dessa rede que estamos construindo e, embora sejamos apenas dois aqui representando, é um trabalho com muitas pessoas por trás”.
Florestanía continuará promovendo sua defesa da floresta amazônica, e o compromisso existente tanto da plataforma Saber REPAM quanto da própria REPAM é o de realizar um acompanhamento constante para manter a sistematização desse tipo de experiências que buscam salvaguardar a Amazônia e seus povos diante da crise climática que vivemos atualmente. Hoje, a harmonia e o equilíbrio entre a selva amazônica e os seres que nela habitam são fundamentais para promover a garantia da vida no planeta.