Palavras da Irmã Carmelita como vice-presidente da REPAM

Em 9 de agosto deste ano, a irmã Carmelita assumiu oficialmente como vice-presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM).

Por Comunicação REPAM

A nova presidência da Rede Eclesial Pan-Amazônia está composta por Dom Rafael Cob, bispo do Vicariato de Puyo, Equador, como presidente. Dentro da nova configuração da Presidência, os três vice-presidentes são a religiosa brasileira Carmelita da Conceição, a indígena peruana Yesica Patiachi e Dom David Martínez de Aguirre, bispo do Vicariato de Puerto Maldonado, Peru. A solenidade de posse foi realizada de modo virtual no dia 04 de agosto de 2022.

Agradecimento

Eu sou Irmã Carmelita, pertenço as filhas de Maria Auxiliadora Salesianas e vivo em Manaus com essa missão de acompanhar as comunidades missionárias das Irmãs da região desde a fronteira com a Colômbia e Peru até o estado do Pará e limite com Maranhão. Propriamente a região Amazônica e estamos tentando participar e aprender nesses encontros e nessas oportunidades que nos são oferecidos.

Quero manifestar meu agradecimento a Deus pelo testemunho de dom Claudio, sua vida lançada em solo amazônico – recordo sua presença quando esteve aqui em Manaus, de pés descalços sentindo o calor desta terra onde depositou as sementes da Rede Eclesial Pan-Amazônica. Gratidão ao cardeal Barreto, por fazer juntos essa travessia confiando em maria, estrela que nos guia na evangelização, e saudar a todos os que acompanham esta reunião, em particular a vida consagrada presente na Pan-Amazônia, o núcleo de mulheres da REPAM e todas as pessoas de boa vontade  que juntos buscamos  construir uma Igreja com rosto amazônico supera fronteiras, uma forma de concretizarmos o valor de cada presença, na representatividade dos povos originários, a vida consagrada e o testemunho de pastor de Dom Rafael Cob e Dom Davi Martinez, ambos com vasta experiência desde as origens da REPAM.

Irmã Maria Carmelita FMA – Foto: Arquivo Província Amazônia FMA

Presença feminina

Nessa mesma linha, reconhecer a liderança das mulheres nos vários campos da evangelização da sociedade, na Igreja, como uma forma também de buscar a coerência com a identidade da REPAM, que é uma Rede que se coloca ao lado de tantas outras redes que estão voltadas para a evangelização da Amazônia, a defesa da vida.

E não é novidade, pois sabemos que desde a Igreja primitiva a presença das mulheres tem sido muito significativa, muito forte como lideranças, como coordenadoras, como diaconisas…, então nós estamos fazendo nada mais que resgatar e revalorizar o rosto original da Igreja, que é sermos todos irmãs e irmãos a serviço, edificando o Reino de Deus.

Creio que não só na Amazônia, mas no mundo inteiro há uma grande dívida com a presença feminina quando ela é considerada inferior em relação à presença masculina. Esse desencontro, essa diferença, essa segregação, esse preconceito marcam nossa sociedade. Apesar de alguns avanços, temos ainda muito a compreender e a vivenciar, iniciando nas relações familiares, na educação, e no espaço eclesial.

Mas o Papa Francisco vem nos mostrando com muita audácia, com muita coragem, com muita autoridade que é necessário o diálogo, é necessário respeito e assim vamos conseguir alcançar o equilíbrio.

Escola de Direitos Humanos da REPAM – Foto: Tadeu Rocha

Na Amazônia, ainda falta reconhecer a presença das mulheres como líderes de comunidade. Essa é uma realidade muito, muito frequente, em que as mulheres assumem a liderança das comunidades, muitas vezes como coordenação, como representação jurídica e enfrentamento de tantas situações difíceis pela capacidade de diálogo, de ajustar, de levar em consideração diferentes aspectos da situação.

 Acredito que seguindo as orientações do Papa Francisco poderemos dar muitos passos na valorização da contribuição feminina em todos os setores; homens e mulheres foram feitos complementares e é importante valorizarmos as diferenças e a complementariedade. Que o nosso Deus Pai e mãe continue inspirando e sustentando as pessoas de se colocam a serviço da vida.

Grata.