Patricia Gualinga, líder indígena e vice-presidenta da CEAMA, passa a integrar o Fórum Permanente sobre Questões Indígenas das Nações Unidas

A líder do povo indígena Kichwa Sarayaku havia sido indicada pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), no último dia 4 de fevereiro, para compor o órgão consultivo (fórum permanente) sobre questões indígenas do Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas (ONU).

Por: equipe de comunicação da REPAM

Em uma carta dirigida aos oito novos membros do Fórum Permanente sobre Questões Indígenas, o presidente do Conselho Econômico e Social (ECOSOC) da ONU detalhou a lista dos especialistas que assumirão a função de orientar esse fórum a partir de janeiro de 2026. Patricia Gualinga, destacada representante dos povos indígenas amazônicos, passará a integrar esse importante espaço, segundo o documento datado de 16 de junho.

Vale destacar que o Fórum Permanente sobre Questões Indígenas é responsável por debater, refletir e abordar assuntos relacionados aos povos indígenas em nível global, especialmente nas áreas de desenvolvimento econômico e social, cultura, meio ambiente, educação, saúde e direitos humanos. Para a Igreja da Amazônia e para a REPAM, é uma conquista significativa contar com uma líder próxima ao processo da rede em um espaço tão importante para os povos indígenas — e que, a partir de 2026, fará parte de uma instância que orienta a tomada de decisões e, consequentemente, a incidência global.

Patricia Gualinga foi professora da primeira escola de direitos humanos promovida pela REPAM, é vice-presidenta da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) e tem se destacado na luta em defesa dos povos indígenas, especialmente aqueles que vivem na Pan-Amazônia. No âmbito eclesial, destaca-se seu papel durante o Sínodo para a Amazônia, realizado em outubro de 2019, onde atuou como auditora, representando os povos indígenas.

Até o momento, a carta assinada por Bob Rae, presidente do ECOSOC, menciona oito especialistas que farão parte do Fórum. Conforme estabelecido pela resolução 2000/22, de 28 de julho de 2000, esses especialistas devem ser escolhidos pelo próprio Bob Rae, após serem respaldados por diferentes organizações. Para completar os 16 membros do Fórum Permanente sobre Questões Indígenas, mais oito especialistas deverão ser indicados pelos governos signatários do acordo e, posteriormente, aprovados pela presidência do ECOSOC. Essas 16 pessoas comporão o fórum por um período de três anos, com possibilidade de reeleição.

A REPAM recebeu a notícia com grande alegria. O apoio concedido a Patricia Gualinga mostra o alcance que cada uma das organizações e mecanismos da Igreja na Amazônia pode ter para conquistar espaços de incidência e decisão. REPAM e CEAMA continuam, de forma conjunta, construindo um trabalho comprometido com os povos e comunidades que habitam a Pan-Amazônia.

Leia o documento aqui: