A Rede de Educação Intercultural Bilíngue (REIBA) celebra 5 anos de sua criação. Fundada em 9 de julho de 2020, a partir do núcleo de Educação Intercultural da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), a REIBA tem traçado um caminho no qual, dia após dia, se constrói uma experiência própria que impulsiona a educação comunitária baseada nos saberes ancestrais e orientada pela busca do Bem Viver.
Por: Equipe de Comunicação da REPAM
Entendida como um mecanismo eclesial que anima, coordena e promove a colaboração entre propostas educativas de educação básica regular na região amazônica, a REIBA é uma resposta a um conjunto de necessidades dos povos originários da Amazônia, consideradas durante o Sínodo para a Amazônia e relacionadas com a visão proposta na exortação apostólica Querida Amazônia. Como rede de educação intercultural, a REIBA reconhece que persiste a necessidade de “estabelecer, entre as igrejas locais de diversos países sul-americanos que estão na bacia amazônica, uma pastoral de conjunto (…) que privilegie os pobres e sirva ao bem comum” (Documento de Aparecida, n. 475).
Uma necessidade persistente
A Amazônia apresenta uma realidade que deve ser abordada a partir da interação e das vivências. A existência e convivência de mais de 400 povos indígenas, com cosmovisões e idiomas próprios, tornam um grande desafio garantir a plenitude de direitos e meios de vida promovidos pela cultura ocidental. É fundamental alcançar um modelo educativo com uma visão amazônica, que não invisibilize os conhecimentos estabelecidos pelos povos originários ao longo de sua história.
Por meio da criação de equipes locais, a REIBA promove sua presença nos países que compõem a Pan-Amazônia. Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana e Peru contam atualmente com experiências em paróquias e postos de missão, onde, graças à coordenação com as jurisdições eclesiais, fortalecem-se os grupos que acompanham a população indígena em idade escolar. O voluntariado é fundamental para essa missão, pois fortalece o trabalho nas comunidades e resgata a vocação de serviço, tão necessária para a Igreja amazônica.
Comissões dentro da rede
Para alcançar um bom desenvolvimento da missão proposta pela REIBA, foram criadas comissões responsáveis por dinamizar os diferentes cenários de atuação da rede. Atualmente, as comissões de Gestão, de Educação Intercultural Bilíngue, de Comunicação e de Voluntariado são conduzidas pela Lic. Sandra Robilliard, Ir. Julia Trujillo, Ir. Lisette Escárate e Ana Gabriela Jiménez, e são acompanhadas administrativamente pela Ir. Marbelis Monroy Rivas, como coordenadora geral, e por Dom David Martínez de Aguirre, como presidente.
Além disso, as atividades da REIBA contam com uma série de aliados importantes que refletem o espírito de colaboração da Igreja na Amazônia. A própria REPAM (organismo no qual a REIBA foi criada), a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) — entidade que atualmente acolhe a experiência da REIBA —, a Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosos (CLAR) e a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) mantêm uma estreita relação com o trabalho da rede de educação intercultural; além disso, desenvolvem diversas ações conjuntas a partir dos territórios e com as equipes presentes nos diferentes âmbitos de atuação da Igreja na Amazônia.
Por muitos anos mais!
Desde a REPAM, destacamos a importância da REIBA para o cumprimento de cada um dos objetivos propostos nos documentos “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”, na exortação apostólica “Querida Amazônia” e no Documento Final do Sínodo Amazônico. O desejo será sempre caminhar junto com uma experiência que nasceu do coração da REPAM e que hoje inspira a pensar em alternativas que permitam aos povos amazônicos suprirem suas necessidades com uma voz e um discurso próprios. Feliz aniversário de 5 anos, REIBA — e que venham muitos mais!
